Parque Ferroviário
PLANO URBANÍSTICO PARA A PRESERVAÇÃO DO PARQUE FERROVIÁRIO
(Itararé-SP)
Esta iniciativa nasce da preocupação da população de Itararé-SP com o estado de deterioração do seu patrimônio ferroviário e da falta de políticas públicas que visem a sua preservação. Situado na zona central da cidade, a apenas três quadras da praça Matriz, o Parque Ferroviário possui uma área aproximada de 250.000m², corresponde a cerca de 10% da mancha urbana. Subutilizado desde a desativação da ferrovia em 1978, o conjunto de edificações (estação, galpões, oficina, residências) e a área onde elas se encontram tem um enorme potencial enquanto propulsor de uma transformação urbana e social para a cidade, cuja população, segundo o IBGE (2021), é de 50.778 pessoas. Além de seus moradores, o Parque Ferroviário tem vocação para ser um destino de visitação provinda de todo Brasil, já que em 2018 a cidade, que fica na divisa com o Paraná, ganhou o título de Município de Interesse Turístico pelo governo do Estado de São Paulo, e a cada ano vem recebendo mais e mais visitantes, devida riqueza natural desta região de cânions e rios que percorrem remanescentes da Mata Atlântica e Cerrado.
O Plano Urbanístico para a Preservação do Parque Ferroviário de Itararé tem como objetivo beneficiar os seguintes públicos:
– Itarareenses em geral: há um desejo latente da população na preservação e restauração urgente do conjunto, cuja propriedade passou recentemente a ser da prefeitura municipal, cedida pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU). São inúmeras as formas de manifestação espontânea, teóricas e artísticas, que falam da importância do Parque Ferroviário de Itararé para a memória, identidade e futuro do seu povo.
– Moradores dos bairros vizinhos: ao articular áreas da cidade atualmente desconectadas ou com difícil acesso, ampliando desta forma as articulações viárias, aproximando distintos pontos, aprimorando a mobilidade urbana como um todo e o acesso ao conjunto ferroviário.
– Público frequentador e moradores do recinto ferroviário: ao garantir acessibilidade a todas as edificações do conjunto, incluindo as residências dos ferroviários, por meio de uma rede de caminhos que cruzam o Córrego do Prata e conduzem os pedestres e ciclistas às diferentes cotas do parque e da cidade, topograficamente bastante acentuada.
– Estudantes, famílias, visitantes de outras regiões do estado de São Paulo e do Paraná, turistas, etc. Uma vez restauradas e adequadas, as edificações podem receber diferentes programas, desde habitacionais a culturais, educativos e/ou lúdicos abertos a toda população, garantindo a oferta de atividades para o lazer, bem estar social e acesso irrestrito ao patrimônio histórico e arquitetônico.
– Jovens aprendizes, monitores e técnicos: em funcionamento ativo, a programação destinada ao tempo livre da comunidade deve gerar oportunidades de emprego nas áreas de gestão, operação e manutenção do parque, edificações e atividades, ampliando a oferta de vagas de trabalho e por sua vez a renda média da população (que é de apenas 0,47/1 como aponta o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, 2016).
RELEVÂNCIA:
O Plano Urbanístico para Preservação do Parque Ferroviário em Itararé, além de sua importância local, também pode contribuir, de maneira geral, com o desenvolvimento da Arquitetura, Urbanismo e Preservação do Patrimônio Cultural ao:
– Deslocar o olhar para cidades pequenas que são a maioria das cidades no país e onde vive a maior parte da população;
– Descentralizar os investimentos e fomentar novos polos geradores de conhecimento e renda;
– Dar visibilidade ao projeto urbano como indutor de transformação socioeconômica e de desenvolvimento humano.
– Fomentar a aplicação de uma metodologia participativa, envolvendo a comunidade através de oficinas, vivências, audiências, etc.;
– Revisitar e incorporar o espaço ferroviário ao compreender sua lógica, valorizar seus sistemas e materiais construtivos, etc.
– Instrumentalizar a população para a conservação dos imóveis através de ferramental legal, teórico e técnico.
– Garantir o direito à cidade e sua memória como questão central da qualidade urbana e ambiental, assim como saúde física, psíquica e emocional da sociedade;
– Orientar-se pela memória afetiva e também pela biotecnologia mais avançada;
– Ler o território, a paisagem natural e urbana, geográfica e histórica com sensibilidade e criatividade.
Acesse o Dossiê do Parque Ferroviário aqui.
Tombamento do Parque Ferroviário de Itararé
A Associação Cânions Paulistas teve o seu pedido de análise de tombamento do Parque Ferroviário aprovado! Essa iniciativa foi feita a fim de preservar sua relevância e valor para a região, hoje, o conjunto do Parque Ferroviário que corresponde à estação, ao pátio, galpões e residências é oficialmente considerado bem histórico e cultural preservado pelo Estado de São Paulo. A decisão partiu do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão subordinado à Secretaria da Cultura de São Paulo, após apreciação do nosso dossiê.
Publicação a respeito do tombamento feita pelo Diário Oficial de São Paulo:
Equipe Técnica
Coordenação: Carolina Arruda Botelho Klocker
Equipe: Alexandre Monteiro da Silva, Arthur dos Santos Souza, Camila Fernandes Holcsik, Daniel Bonin Barreto, Ivana Camargo, Janaina Mayra de Oliveira, Jessica Camargo, Kelly Müller Medeiros, Marcus Vinícius do Nascimento, Maria Helena Calazans Luz, Murilo Prado Cleto, Nádia Aparecida Camargo, Rachel Aparecida dos Santos e Regina Celia Negrão Machado.
Parceria Conselho Técnico Escola da Cidade
Anna Beatriz Ayroza Galvão, Felipe Noto e Guilherme Paoliello
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